A história mostra-nos o mais largo horizonte da humanidade, oferece-nos os conteúdos tradicionais que fundamentam a nossa vida, indica-nos os critérios para avaliação do presente, liberta-nos da inconsciente ligação à nossa época e ensina-nos a ver o homem nas suas mais elevadas possibilidades e nas suas realizações imperceptíveis.(...)A experiência do presente compreende-se melhor reflectida no espelho da história. Karl Jaspers

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Novas tecnologias na educação



Para analisarmos a importância da entrada de novas tecnologias na educação, deve-se ter em mente que o avançar destas tecnologias sempre ocorreu na história do ser humano, visando sempre propiciar um aumento de suas possibilidades de sobrevivência. A evolução das tecnologias utilizadas na educação é nítida e irreversível, trazendo imensa contribuição positiva ao ensino, contudo, não se deve deixar de ressaltar que nem tudo é benéfico nesta “invasão” da educação. Nesses tempos de sociedade globalizada, e informação diversificada existe um processo de adequação que precisa ser feito, e sua adaptação precisa ser realizada etapa a etapa para possibilitar que todos os envolvidos neste processo educacional possam compreender o avanço que se apresenta e preparar-se para a convivência e boa utilização dos meios que lhe são ofertados a cada dia. Professores, escolas, alunos e a sociedade necessitam estar prontos para esta nova realidade. Todas as tecnologias aplicadas, tanto na educação quanto em qualquer outra parte do cotidiano humano um dia já foi motivo de surpresa, no entanto com o passar do tempo e seu uso diário deixam de causar estranheza, não sendo mais encaradas como artefatos tecnológicos.
São tantas inovações tecnológicas introduzidas na educação que já podemos dizer que são novas tecnologias para uma nova educação. Como todas as inovações elas contribuem com aspectos negativos e outros positivos. Dentre os aspectos positivos destacados por Vani Moreira, Texto: “em foco: educação e tecnologias” podemos citar: aumento das possibilidades de comunicação e de informação entre as pessoas; desterritorialização do conhecimento e a possibilidade do surgimento de uma sociedade da informação; já nos aspectos negativos segundo a autora, destacamos: o fato de que essas novas tecnologias ainda não estarem disponíveis a todos, a necessidade da formação de docentes aptos a interagir com estas novas tecnologias e a inadequação da estrutura curricular, fato que ainda não permite a plena utilização das novas técnicas.



A relação professor e novas tecnologias



As novas tecnologias não vieram para substituir os professores, mas modificam algumas de suas funções; o professor não é mais o único detentor/repassador de conhecimentos e informações, na era da sociedade da informação, esta tarefa está fortemente ligada aos bancos de dados, livros, vídeos. O professor deve estar preparado, tendo os bancos acadêmicos importância singular nesta preparação, para ser agora o estimulador da curiosidade do aluno por querer conhecer; pesquisar; buscar informação mais relevante. É importante que o professor assuma também o papel coordenador da apresentação dos resultados obtidos nas pesquisas dos alunos. Alguns dos dados apresentados contextualizam os resultados, os adapta a realidade dos alunos, transforma a informação em conhecimento, e o conhecimento em saber; em vida; em sabedoria. Aos professores não restam muitas saídas, segundo Burgo Jung em seu livro: Preparing teachers for the 21st century, “o futuro é determinado pelas escolhas que fazemos no presente. Os professores têm a opção de se recostar e deixar as mudanças invadirem seu mundo e só então, reagir; ou de participar ativamente na moldagem do futuro.”
Estas novas tecnologias vieram para ficar, portanto, não existe possibilidade de que exista em um futuro bem próximo, um bom profissional da educação que não seja capaz de interagir com todas estas novas possibilidades tecnológicas, é necessário adaptação dos cursos de formação de professores a estas novidades, os currículos escolares por sua vez não podem continuar atrelados a tecnologias passadas. Ao governo e aos empresários da educação, cabe a obrigação de fazer chegar a cada sala de aula as novas tecnologias que possibilitem a igualdade do direito de acesso a todos, contribuindo para a democratização cada vez maior da informação, e dando ao professor a possibilidade de se reposicionar como o mediador desta busca pela informação.
Não adianta a luta “romântica” pela “velha” forma de educação, não resta dúvida que tecnologias como: vídeos; TV, cd; DVD; data show (meio de comunicações audiovisuais), dentre outras, vieram para ficar, mas, sem dúvida o que realmente veio para “sacudir” a educação é o uso do microcomputador e o acesso à internet, cada dia mais democratizada. Esta é uma realidade em algumas escolas, mas também uma tendência de médio e longo prazo em toda a rede de ensino. O professor precisa rever suas posições e ampliar a utilização destes recursos, isto é sem dúvida, “falar a língua” dos alunos, e saber utilizar estes recursos é a forma de aproximação que resta aos mestres, para atingirem suas metas educacionais.
O aluno nem precisa ir à escola para buscar informações, no entanto, informação nem sempre significa conhecimento, e é aí que entra o professor, é ele quem deve ajudar a interpretá-las, relacioná-las, hierarquizá-las, ele é quem deve ajudá-los a questionar, a procurar novos ângulos, a relativizar as informações e a tirar conclusões.
A facilidade de obter as informações está levando a uma acomodação no encontro dos primeiros resultados, a uma leitura superficial, é onde se torna importante o papel do educador, não como apenas repetidor de informações prontas, mas como um articulador de aprendizagens e um avaliador de resultados.



A escola e as novas tecnologias da educação



Manter a escola tal como está, é insustentável, é preciso incentivar as mudanças, flexibilizar aulas e currículos, gerar aulas diferentes, estimular a criatividade. A rotina e a monotonia esterilizam a motivação dos alunos, são muitas as novas tecnologias a disposição para aprender e ensinar. No entanto, a simples introdução dos meios tecnológicos na escola, pode ser uma forma enganosa de ocultar seus problemas, sob a bandeira da modernização tecnológica. O desafio é como inserir na escola ao mesmo tempo: experiências culturais heterogêneas, o entorno das novas tecnologias da informação e da comunicação. A internet, o celular, a multimídia, estão revolucionando nossas vidas, no entanto na educação sempre colocamos dificuldades para mudança, sempre buscamos justificativas para a inércia, ou pior, mudamos os equipamentos, mas não os procedimentos. A escola precisa observar o que está acontecendo nos meios de comunicação e trazê-los para a sala de aula, discutindo com os alunos, ajudando-os para que percebam os aspectos negativos e positivos das abordagens de cada assunto. As tecnologias ajudam a desenvolver habilidades criativas, e o professor deve adequar cada habilidade a um determinado momento e a cada situação de aprendizagem.
A educação é um processo de construção da consciência crítica, e as novas tecnologias são pontes entre a sala de aula e o mundo, permitem mostrar várias formas de captar um mesmo objeto, representando-o sob ângulos diferentes, são diferentes formas de repensar a realidade, mas, todas elas combinadas, integradas, possibilitam o desenvolvimento de todas as potencialidades do educador, dos diferentes tipos de inteligências, habilidades e atitudes dos alunos. A escola é um espaço de inovação, de experimentação saudável de novos caminhos. Não devemos romper bruscamente com o passado, mas programar mudanças e supervisioná-las com equilíbrio e maturidade.

Celso de Almeida.

*Foto: Novas tecnologias

1 comentários:

Daura Santos disse...

Passei pelo teu blog. Resolvi deixar registrada a minha visita. Muito interessante este texto sobre a s tecnologias, até porque se ela não existisse eu não poderia ter lido.

parabéns muito interessante

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